2 de mar. de 2016




poema-bebê é um haikai livre, desobediente e sério como um bebê.
Em três versos, exigente quanto à beleza, à densidade e ao humor.
Não "respeita" as regras do haikai clássico e são pequeninos , quase sempre 
nascem de um suspiro, de um gesto, de um riso, diferente dos poemas que são "adultos”,  que lutam, que vivem e só existem no enfrentamento. Os poemas-bebes, não. Existem porque vida. E só.

“Detesto quem fala sobre poesia. Detesto quem pensa que entende poesia.
Muito cedo, aprendi que poesia, quem pode, faz. Quem tem juízo, reconhece.
Nós mortais,  nos alimentamos dela. Os poetas são raros, por isso os cultuamos. Minha irmã nasceu poeta. Sempre foi poeta. Com sua alma inquieta, habitante de um universo secreto, riquíssimo,  misterioso, seus poemas brotaram, acho que até mesmo a sua revelia. Deve ser muito difícil se reconhecer poeta. Mas os poemas sabem o caminho entre o poeta e as almas que precisam deles. O caminho para os nossos corações. Os poemas de Pat Lau. de Patricia, Patricia Laura, ganharam vida. Viraram sua vida. Entraram na nossa vida. Cresceram, amadureceram até se tornarem poemas bebês. Que linda curva... Que linda trajetória! Hoje, eles falam por si. Bebês ou não, me emocionam sempre. Profundamente.  Queria que nosso pai e nossa mãe estivessem vivos para ler estes livros. Para verem a poeta linda que Patricia se tornou. (Eles deviam saber. Pais sabem. O amor sempre sabe) Mas sei que eles teriam um orgulho absurdo.  Como eu tenho. Como a Manuela, a Sofia, o Thomas e a Antonia tem. Como todos os que são tocados pela força desta poesia. Brava, Patricia! Corajosa, Patricia. Delicada, Patricia. Obrigada! Seus poemas  nos redime e nos dão a dimensão da eternidade. Nos salvam.  Faz as coisas terem sentido. Obrigada, mesmo. Muitas vezes. 
Monica Figueiredo - Jornalista, aquarelista e bordadeira


Sobre a Autora
Patricia Laura Figueiredo, entre São Paulo, onde nasceu e se dedicou à poesia e ao teatro desde cedo e Paris, onde mora desde 1990, amadureceu seus poemas numa vida dedicada a tornar o poema uma experiência essencial. Publicou o seu primeiro livro de poesias “Poemas sem nome” pela editora Ibis  e seu segundo " No Ritmo da Agulhas" em março de 2015 pela editora Patuá. Participou de várias antologias, no Brasil e na Alemanha e também em diversas revistas digitais de literatura e poesia.