poema-bebê
é um haikai livre, desobediente e sério como um bebê.
Em três versos,
exigente quanto à beleza, à densidade e ao humor.
Não
"respeita" as regras do haikai clássico e são pequeninos , quase
sempre
nascem de um suspiro,
de um gesto, de um riso, diferente dos poemas que são "adultos”, que lutam, que vivem e só existem no
enfrentamento. Os poemas-bebes, não. Existem porque vida. E só.
“Detesto
quem fala sobre poesia. Detesto quem pensa que entende poesia.
Muito
cedo, aprendi que poesia, quem pode, faz. Quem tem juízo, reconhece.
Nós
mortais, nos alimentamos dela. Os poetas
são raros, por isso os cultuamos. Minha irmã nasceu poeta. Sempre foi poeta.
Com sua alma inquieta, habitante de um universo secreto, riquíssimo, misterioso, seus poemas brotaram, acho que
até mesmo a sua revelia. Deve ser muito difícil se reconhecer poeta. Mas os
poemas sabem o caminho entre o poeta e as almas que precisam deles. O caminho
para os nossos corações. Os poemas de Pat Lau. de Patricia, Patricia Laura,
ganharam vida. Viraram sua vida. Entraram na nossa vida. Cresceram,
amadureceram até se tornarem poemas bebês. Que linda curva... Que linda
trajetória! Hoje, eles falam por si. Bebês ou não, me emocionam sempre.
Profundamente. Queria que nosso pai e
nossa mãe estivessem vivos para ler estes livros. Para verem a poeta linda que
Patricia se tornou. (Eles deviam saber. Pais sabem. O amor sempre sabe) Mas sei
que eles teriam um orgulho absurdo. Como
eu tenho. Como a Manuela, a Sofia, o Thomas e a Antonia tem. Como todos os que
são tocados pela força desta poesia. Brava, Patricia! Corajosa, Patricia.
Delicada, Patricia. Obrigada! Seus poemas
nos redime e nos dão a dimensão da eternidade. Nos salvam. Faz as coisas terem sentido. Obrigada, mesmo.
Muitas vezes. ‘
Monica Figueiredo -
Jornalista, aquarelista e bordadeira
Sobre a Autora
Patricia Laura Figueiredo, entre São Paulo, onde nasceu e se dedicou à poesia e
ao teatro desde cedo e Paris, onde mora desde 1990, amadureceu seus poemas numa
vida dedicada a tornar o poema uma experiência essencial. Publicou
o seu primeiro livro de poesias “Poemas sem nome” pela editora Ibis e seu
segundo " No Ritmo da Agulhas" em março de 2015 pela
editora Patuá. Participou de várias antologias, no Brasil e na
Alemanha e também em diversas revistas digitais de literatura e poesia.